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Experimentar as Ciências no 1º Ciclo do Ensino Básico turma EC_1CEB_01

Apresentação

Há hoje claramente a ideia de que o conhecimento nas diferentes áreas do saber, e em especial nas Ciências, cresce a um ritmo exponencial impulsionado por um desenvolvimento tecnológico sem par. Sabemos também que a informação disponível sobre a maioria dos assuntos é já quantitativamente significativa, desatualizando-se a um ritmo rápido, o que nos coloca irremediavelmente perante as questões do que e do como ensinar ciência, mas também perante o porquê e para quê ensinar ciência. Parece igualmente ser consensual que a educação científica deve começar nos primeiros anos de escolaridade. Embora a investigação na didática das ciências aponte para uma pedagogia com base nos métodos investigativos, a realidade nas salas de aula parece ainda bastante distante desta abordagem. Os professores desempenham um papel fundamental na renovação da educação científica e são os primeiros agentes de mudança na escola, mas têm de contar não só com os condicionalismos exteriores que vão encontrar, mas também com a sua própria história como alunos, a maioria produto de um ensino transmissivo. O passado fornece os modelos mentais de como ensinar, condicionando de forma poderosa a prática pedagógica. Também o modo como é entendido o processo de construção do conhecimento científico, compartimentado e cumulativo, associado a uma conceção rígida da atividade científica, entendida como uma atividade individual, são referidas frequentemente pela investigação, como um obstáculo a ultrapassar. Esta oficina decorre de uma necessidade de formação sentida pelos professores do primeiro ciclo do ensino básico e pretende ser um espaço de experimentação e reflexão, procurando ser impulsionadora da mudança das suas práticas pedagógicas.

Destinatários

Professores do Grupo de Recrutamento 110

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores do Grupo de Recrutamento 110. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores do Grupo de Recrutamento 110. 

Objetivos

Procura-se, com esta formação, levar cada professor participante a: a) Refletir sobre as suas práticas de ensino; b) Desenvolver um enquadramento de ação com base no conhecimento construído pela investigação na Didática das Ciências; c) Produzir atividades de sala de aula, com carácter investigativo; d) Promover o desenvolvimento de uma atitude de questionamento favorável à mudança da sua prática pedagógica.

Conteúdos

Sessões presenciais de 3 horas de duração 1) Apresentação a) Apresentação dos formandos e da formadora. b) Apresentação do plano de trabalho a desenvolver ao longo da formação: conteúdos, modos, calendarização e avaliação. c) Exploração das questões: O que é a Ciência? Para que serve a Ciência? Quem constrói a Ciência? O que são conceções alternativas? Porquê as atividades investigativas? d) Desenvolvimento de uma primeira atividade experimental para exploração dos conceitos de atividades práticas, laboratoriais e experimentais de caráter investigativo. 2) 3) 4) Atividades investigativas a) Os formandos desenvolvem uma atividade experimental por sessão, nas áreas da Biologia, Química e Física, possibilitando o aprofundamento dos conceitos científicos envolvidos nas atividades e a vivência de um processo investigativo como facilitador da sua própria aprendizagem. b) Com a segunda atividade procura-se explorar as etapas envolvidas no trabalho experimental de carácter investigativo (formulação do problema e de uma questão testável; planificação dos procedimentos a adotar perante as hipóteses construídas, com identificação das variáveis envolvidas; execução do procedimento; seleção de métodos para recolha de dados; interpretação dos resultados e conclusões, com levantamento de novas questões). c) Com as terceira e quarta atividades procura-se promover a aplicação dos conceitos trabalhados anteriormente, explorando os limites de validade de uma conclusão. Serão ainda trabalhadas as mais-valias do trabalho em grupo e da comunicação (oral/escrita) dos resultados. 5) Construção da atividade de caráter investigativo. a) Apresentação dos trabalhos desenvolvidos e avaliação do trabalho desenvolvido na formação b) Apresentação da atividade desenvolvida com os alunos e a apreciação feita após a aplicação na sala de aula. c) Autoavaliação do trabalho desenvolvido na formação. d) Avaliação da Oficina de Formação. Sessões de trabalho autónomo 1) A acompanhar o trabalho desenvolvido na 1ª sessão presencial (2 horas) Leitura de textos levantamento das ideias que os alunos têm sobre a imagem do(a) cientista. 2) A acompanhar o trabalho desenvolvido na 2ª sessão presencial (2 horas) Identificação dos temas a explorar no âmbito do currículo do ano de escolaridade que os formandos lecionam. 3) A acompanhar o trabalho desenvolvido nas 3ª e 4ª sessões presenciais (10 horas) Elaboração de uma atividade de caráter investigativo. Avaliação intermédia dos trabalhos desenvolvidos pelos formandos com identificação dos constrangimentos e procura de soluções. O acompanhamento da elaboração dos trabalhos (realizados em sessões de trabalho autónomo) será promovido através da plataforma moodle. Aplicação da atividade à turma. Preparação da apresentação do trabalho desenvolvido ao grupo. 4) A acompanhar a 5ª sessão presencial (1 horas) Elaboração de um texto crítico sobre as aprendizagens realizadas na formação.

Avaliação

A avaliação, de caráter predominantemente formativo, sistemática e partilhada, traduzindo-se numa classificação final quantitativa, na escala de 1 a 10, terá em conta: a) Participação nas atividades (10%); b) Produção de materiais pedagógicos (atividade experimental de caráter investigativo) (70%); c) Elaboração do relatório de reflexão crítica (20%).

Bibliografia

Afonso, M. (2008). A educação científica no 1º ciclo do ensino básico: Das teorias às práticas. Porto: Porto Editora.Hodson, D. (1996). Laboratory work as scientific method: Three decades of confusion and distorsion. Journal of Curriculum Studies, 28 (2), 115135.Martins, I. P., Veiga, L., Teixeira, F., Tenreiro-Vieira, C., Vieira, R., Rodrigues, A. V. & Couceiro, F. (2006). Educação em Ciências e Ensino Experimental no 1º Ciclo EB. Lisboa: Ministério da Educação.Vieira, R. M., Tenreiro-Vieira, C. (2016). Fostering Scientific Literacy and Critical Thinking in Elementary Science Education. Int J of Sci and Math Educ, 14, 659-680.

Formador

Margarida Sofia Ferreira de Oliveira

Cronograma

Sessão Data Horário Duração Tipo de sessão
1 14-11-2024 (Quinta-feira) 17:00 - 20:00 3:00 Presencial
2 28-11-2024 (Quinta-feira) 17:00 - 20:00 3:00 Presencial
3 12-12-2024 (Quinta-feira) 17:00 - 20:00 3:00 Presencial
4 09-01-2025 (Quinta-feira) 17:00 - 20:00 3:00 Presencial
5 13-02-2025 (Quinta-feira) 17:00 - 20:00 3:00 Presencial
Início: 14-11-2024
Fim: 06-02-2025
Acreditação: CCPFC/ACC-128206/24
Modalidade: Oficina
Pessoal: Docente
Regime: Presencial
Duração: 30 h
Local: Torres Novas