Apresentação

A qualidade da avaliação das aprendizagens é assegurada pela validade dos instrumentos de avaliação utilizados e pela fiabilidade do processo de classificação. A avaliação, enquanto parte integrante do processo de ensino e aprendizagem, constitui um meio privilegiado para a obtenção de informações que permitem regular, orientar e certificar as diversas aprendizagens realizadas pelos alunos ao longo do seu percurso escolar. Tendo em conta a missão do IAVE, I.P., a necessidade de qualificação técnica dos professores em matéria de avaliação e a carência de formação neste domínio levam este Instituto a assumir o compromisso de alargar a divulgação de técnicas e instrumentos de avaliação junto dos professores dos ensinos básico e secundário. É esta uma forma de promover uma reflexão alargada sobre conceitos fundamentais neste âmbito, de acordo com a natureza das aprendizagens e dos contextos em que ocorrem. Assim, no âmbito dos objetivos estratégicos constantes do seu Plano de Atividades, o IAVE, I.P., pretende desenvolver formação especializada no domínio da avaliação, com a finalidade de promover elevados níveis de qualidade técnico- pedagógica na produção de instrumentos de avaliação e de fiabilidade no processo de classificação de provas ou testes, contribuindo para melhorar as práticas avaliativas dos professores. Neste sentido, propõe-se a acreditação desta ação de formação para professores dos ensinos básico e secundário.

Destinatários

Professores dos Ensinos Básico e Secundário

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Ensinos Básico e Secundário. No âmbito do Despacho n.º 4840/2023, publicado a 21 de abril de 2023, a ação de formação, releva na dimensão científico-pedagógica, para efeitos de progressão na carreira docente de Professores dos Ensinos Básico e Secundário.

Objetivos

Refletir sobre questões da avaliação; Conhecer e aplicar regras de construção de materiais de suporte à construção de testes; Conhecer e aplicar regras de construção de instrumentos de avaliação de tipologia variada, adequada ao objeto e objetivo de avaliação, que permitam obter informações válidas e fiáveis; Conhecer e aplicar regras de construção dos critérios de classificação, em função de itens específicos; Conhecer e aplicar noções básicas de psicometria com vista à análise dos resultados; Divulgar estratégias e ferramentas inovadoras no domínio da avaliação interna, externa e de autorregulação; Saber utilizar plataformas digitais no domínio da construção de itens de classificação em ambiente digital.

Conteúdos

1. Informações gerais e documentação - Missão do IAVE e enquadramento da formação na política educativa - organização, desenvolvimento e avaliação da ação 2. Avaliação das aprendizagens Clarificação de conceitos - Conceito de avaliação: avaliação em papel e avaliação eletrónica (e-assessment) - Componentes de um sistema de avaliação e sua articulação - Dimensão formativa e sumativa da avaliação - Qualidade técnica da avaliação: validade e fiabilidade - Dos documentos orientadores ao referencial Instrumentos de suporte à construção de testes e itens - Do referencial às matrizes - Estrutura do teste: teste, número de itens, tipologia de itens 3. Tarefas práticas - Construção da matriz de um teste 4. Especificidades do desenho e da construção de itens para realização e classificação em formato de papel e em formato digital Construção de itens de diferente tipologia - Regras de construção de itens de acordo com a sua tipologia - Análise de itens, tendo em conta regras e recomendações para a sua construção - Construção de itens de diferentes formatos Construção de critérios de classificação - Regras de construção de critérios - Tipos de critérios em função do objeto e do objetivo de avaliação - Análise de critérios, tendo em conta as recomendações para a sua construção - Elaboração de critérios específicos de classificação para os itens produzidos - Distribuição das cotações dos itens num teste 5. Tarefas práticas 6. Análise e interpretação de resultados - Construção de uma grelha de classificação de respostas a um teste - Noções de psicometria: índices de dificuldade e de discriminação dos itens - Validade e fiabilidade - O papel do erro na análise e interpretação dos resultados 7. Apresentação dos trabalhos de grupo produzidos - Construção de Itens em formato papel, reflexão e consequente discussão 8. Plataforma de criação de itens e provas em formato digital - Apresentação e demonstração; - Operacionalização da criação de itens e provas; - Fórum de dúvidas sobre a criação de itens em formato digital. 9. Tarefas práticas: exercícios de desenho e criação de itens 10. Apresentação dos trabalhos de grupo produzidos - Construção de Itens em formato digital, reflexão e consequente discussão 11. Avaliação da ação

Metodologias

Apresentações teóricas em suporte multimédia Trabalhos práticos: tarefas individuais e em pequenos grupos, com apresentação e reflexão conjunta Utilização da plataforma TAO (Testing Assisté par Ordinateur) Utilização da plataforma Moodle enquanto veículo de comunicação

Avaliação

Como produto final, os formandos têm de elaborar: - Uma matriz de prova - Itens de tipologia variada, em formato papel e em formato digital, suportados na matriz da prova - Critérios de classificação adequados aos itens construídos - Um relatório individual de reflexão crítica sobre a ação A avaliação dos formandos resulta da classificação obtida no produto final e da participação nas atividades de discussão. A avaliação final é quantitativa, na escala de 1 a 10, assentando a avaliação qualitativa, conforme despacho nº 4595/2015, de 6 de maio, e de acordo com o nº 2 do artigo 46 do ECD (Decreto-Lei nº 15/2007, de 19 de janeiro), na seguinte escala: Excelente – de 9 a 10 valores; Muito Bom – de 8 a 8,9 valores; Bom – de 6,5 a 7,9 valores; Regular – de 5 a 6,4 valores; Insuficiente - de 1 a 4,9 valores. É obrigatória a frequência de 2/3 da totalidade das horas de formação, quer na modalidade de trabalho síncrono, quer na modalidade de trabalho assíncrono.

Bibliografia

Brookhart, S. (2013). How to create and use rubrics. Alexandria (USA ): ASCDMiller, M., Linn, R. & Gronlund, N. (2009). Measurement and Assessment in Teaching (10th edition). New Jersey: Pearson Stufflebeam, D., & Shinkfield, A. (2007). Evaluation Theory, Models & Applications. S. Francisco: Jossey-Bass.Webb, L. (2006) “Web Alignment Tool” 24 July 2005. Wisconsin Center of Educational Research. University of Wisconsin- Madison. http://www.wcer.wisc.edu/WAT/index.aspxFernandes, D. (2004). Avaliação das aprendizagens: Uma agenda muitos desafios. Texto EditoraWiggins, G. (1998). Educative Assessment: Designing Assessments to Inform and Improve Student Performance. EUA: Jossey-Bass.

Cronograma